terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Os 5 fatores do sucesso herdados dos antepassados


Dentro dos trabalhos de constelação sistêmica, sejam nas familiares ou nas profissionais, vemos que as pessoas se identificam com estados emocionais vindos de algum familiar, às vezes distante. Como trabalhamos questões, digamos assim, problemáticas, pode parecer que só herdamos características “pesadas”, que trazem dificuldades, e não é bem assim… A ciência, desde os anos 50, está identificando algumas características de personalidade que eles atribuem aos genes, e cada pessoa possui todas as características, umas mais afloradas, outras menos. Não é a toa que vemos, por exemplo, uma linhagem familiar onde existem vários casos de pessoas empreendedoras, aventureiras, investidores… A constelação demonstra que as informações são passadas de geração em geração, e cabe ao próprio indivíduo se identificar com elas ou não se identificar. A boa nova é que esta identificação pode ser alterada, quando a pessoa toma consciência daquilo com que está identificado. Assim, se ele está identificado com um aspecto emocional que não lhe é adequado para ganhar dinheiro, ele pode se “desidentificar” e trabalhar outro aspecto que lhe seja favorável.

Vemos que isso pode ser feito com maior ou menor facilidade, dependendo do foco da pessoa.

Dois focos: fuga da dor ou busca do prazer

Existem dois focos principais, que norteiam as emoções, pensamentos e comportamentos das pessoas: fuga da dor ou busca do prazer. Como em tudo, na vida, temos sempre as duas coisas, em doses distintas. Ambos os focos, de certa forma, motivam e podem levar alguém a ganhar dinheiro. Por exemplo, a pessoa que “foge” do passado pobre, usa o sofrimento como fator motivador para prosperar. A questão é a dose. É como a história da vacina antiofídica: um pouco de veneno da cobra cura. Muito do veneno, mata…

Já a busca do prazer, é a mesma coisa: é um motivador que pode impelir pessoas ao sucesso. Mas a overdose disso pode levar alguém, por exemplo, às drogas e ao descontrole.

É necessário, na realidade, saber manter a distância deste tipo de foco. Nem a fuga da dor nem a busca do prazer devem ter muito crédito, porque este tipo de motivação está fortemente influenciado pelas emoções. Os melhores focos para empreender são aqueles baseados na auto-estima, no se achar bom o suficiente, e não em buscar algo ou fugir de algo.

As 5 características herdadas do sistema familiar

Vamos falar um pouco das características que você tem nos seus genes?

São: abertura para experiências, consciência, extroversão, afabilidade e neurose. São estas as 5 características que trazemos dos nossos antepassados, em maior ou menor grau, com diversas submodalidades entre elas. Lembro que o comportamento também é influenciado pelo ambiente, ou seja, quanto mais você se provocar a mudar coisas que não lhe são favoráveis, mais você adquire características que antes não tinha.

Abertura para experiências: este traço mede o quanto o sujeito é aberto a novas experiências e idéias. Fazer diferente, de jeito diferente, buscar o novo, aceitar idéias diferentes da sua são fatores importantes para você empreender, criar, inovar e ganhar dinheiro.

Consciência: mede o quanto você está “consciente” e afim de concluir suas metas, tomando para isso decisões que incluem disciplina, método, perseverança, flexibilidade. Saber se observar, se auto-motivar e mudar quando necessário é fundamental para o sucesso.

Extroversão: mede até que ponto você gosta de agir e atuar com pessoas. Ganhar dinheiro e fazer sucesso depende dos outros, afinal… quem é que vai investir em você? Quem é que vai aplaudi-lo? Quem é que vai comprar seus produtos? É bom que fique claro que extroversão, em termos de negócio, não é ser “aparecido”. Estamos falando em ganhar dinheiro, onde o sujeito tem claro foco em fazer negócios, contatos, networking. Isso pode e deve ser treinado.

Afabilidade: aí é um item muito interessante. Mas muito mesmo. Minha parceira Theresa, alemã, percebe no brasileiro uma característica muito grande de cooperação e de evitar conflitos. Isto não ocorre no povo germânico. E eu, que tenho origem japonesa e vivi três anos no Japão, também garanto que não é uma característica nipônica. A questão não é dizer que ser afável é certo ou errado. A questão é que a afabilidade pode ser extremamente prejudicial para quem é líder, empreendedor, para quem quer ser um sucesso. Como o mestre Nelson Rodrigues dizia, a unanimidade é burra. O líder sempre desafiará opiniões, sempre terá que afastar pessoas, ser duro em várias situações. Nada de mãozinha na cabeça. Isso é ótimo para pessoas que desejam ser e permanecer assistentes administrativos, mas não para quem quer ser sucesso.

Neurose: chegou o item que eu mais gosto. Herdamos também cargas de “neurose”, que influenciam nossos pensamentos e emoções. Este item diz sobre a capacidade que você tem de ter controle, estabilidade emocional. Mede até que ponto você reage forte e negativamente diante das tensões da vida. Quase todos nós somos mais ou menos neuróticos. A questão não é essa. Nem quer dizer ser feliz e iluminado o tempo todo. Estamos falando de sucesso. A questão é saber colocar as emoções de lado e fazer aquilo que é o mais correto sem deixar-se interferir pelos seus medos, taras, ansiedade. Somos um povo muito expansivo em relação às emoções, o que eu vejo com bons olhos. Adoro ver gente sincera, estejam elas felizes ou tristes. Mas quando o assunto é agir diante de um rombo no orçamento (e eu disse agir, e não ficar esperando enquanto a situação se resolva de alguma forma), a capacidade de controlar a emoção é fundamental, e diferencia os fracos dos fortes, os vencedores dos fracassados. É isso, não há meio termo.

Todos estes atributos são trabalhados na constelação sistêmica familiar e profissional, e podem ser modificados, principalmente porque todos eles possuem um forte cunho emocional atrelado. Quando alteramos a emoção, abrimos espaço para novos comportamentos.

Alex Possato
consultor e diretor do nokomando-soluções sistêmicas

(as 5 características e suas ligações genéticas constam no livro “Instinto – explore o seu DNA empreendedor para alcançar seus objetivos nos negócios, de Thomas Harrison – biólogo, CEO do Grupo Omnicom, maior empresa do mundo em prestação de serviços na área de comunicação e publicidade)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A busca do papai e insucesso profissional


Hoje, no Brasil, mais de 50% dos lares são chefiados por… mulheres. É estatística. Isso significa que os filhos estão sendo criados sem o pai. Isto é certo ou errado? Tanto faz, é assim. Milhões e milhões de pessoas, homens e mulheres sem a referência paterna, que até alguns anos atrás, simbolizava o trabalho, o sustento da casa, a proteção. Mas não é só isso: mais outros tantos milhões de pessoas possuíram o pai em casa, mas este pai não provê, não sustenta, não se banca. Ele está em casa, mas não faz o papel que a sociedade diz ser do homem. Ou dizia…

Uma parte desta imensa população órfã do símbolo “pai”, não enfrenta problemas na vida profissional. Às vezes, até devido à falta do papai, resolvem abraçar o papel masculino do caçador, do provedor, e saem à luta. Uma grande amiga, consultora de sistemas, que já trabalhou conosco terapeuticamente, sacou isso: filha mais velha, com três irmãs e um irmão abaixo da sua idade, resolveu encarar a vida com garra e se saiu muito bem, financeiramente. Mas a que preço? O seu papel mais masculino e provedor atraiu um marido fraco e instável, e isto balançou o casamento. Por outro lado, ela se transformou no pai das irmãs, ajudando-as financeiramente o tempo todo, e elas se colocaram no papel de filhas, sem se desenvolverem sozinhas… o pior é que é tudo gente adulta, acima dos 30! Imagine o casamento destas irmãs, como é?

Pois bem, minha amiga não teve problemas profissionais porque ela não buscou o papai, mas se colocou no lugar dele. Isso também não e saudável. Mas não é sobre esta posição que vou falar agora. Vou falar da posição dos que buscam papai. As irmãs, por exemplo. Ou o marido dela. Todos eles tiveram pai, não tão presente, mas tiveram. E mesmo assim buscavam. A dor emocional de “não ter pai” pode provocar um estrago na vida financeira e profissional muito grande.
Como? Bem, a constelação sistêmica demonstra que as pessoas que estão focadas em problemas emocionais não conseguem, muitas vezes, tomar decisões simples, ou acabam tomando decisões para satisfazer a dor emocional, ao invés de basear-se na busca de soluções e metas. Assim, uma das irmãs desta minha amiga, buscando papai, casou-se com um homem e colocou-o no lugar de papai. E ele buscava mamãe, isso quer dizer, buscava afeto e carinho e colocou-a no lugar de mamãe. Como eles eram marido e mulher, imagine no que deu. Ficaram casados muitos anos, mas nada deu certo. Abriram um negócio, mas também fracassou: estavam envolvidos com suas dores emocionais internas. Divorciaram-se. E esta mulher, enquanto não se tocar da sua própria dor, e dar um chute nela, irá buscar outro papai.

Inconscientemente, quem foca-se nas dores interiores, na busca por explicações para seu sofrimento, está automaticamente tirando energia que seria, naturalmente, dirigida à construção da carreira, do sucesso financeiro e da realização pessoal. Tenho visto muita gente trabalhar suas questões emocionais, colocá-las de forma digerível para si, e às vezes, mesmo sem resolver totalmente, a vida começa a fluir. Encontra novo trabalho, ganhando muito mais, acho um parceiro ou parceira completamente diferente, ajeita-se na vida. E o contrário também tenho visto: pessoas que buscam o porquê são as piores. Por que eu sofro? Por que não dá certo? Por que isso, por que aquilo. Quem quer saber o por que, não está buscando soluções, mas somente, justificativas. Eu era assim: filho adotivo, criado por avós, irmão que se matou, pai alcoólatra, achei um monte de justificativas para o meu sofrimento. Fiquei anos preso às minhas dores emocionais, e isto atrasou sobremaneira minha carreira e meu sucesso. No momento que resolvi colocar as justificativas emocionais de lado, tchau e bênção!

Buscar o pai não leva a nada: todos tiveram pai e mãe, se não, não estariam lendo estas linhas. Agora, o conceito de que papai tinha que ser assim, mamãe assado, para eu ser mais feliz, é simplesmente desculpa. Freud ajudou a espalhar este mito da culpa dos pais. Balela: quem está com algum problema profissional ou financeiro e está preso a dores emocionais, basta trabalhar isso, para ver o que acontece! Que papai, que mamãe, nada: você vai ver que existe alguém muito mais importante nisso tudo, que não está sendo visto. Adivinha quem é?

Alex Possato é consultor e diretor do Nokomando-soluções sistêmicas

Próximo dia 15 de fevereiro, constelação familiar sistêmica com a alemã Theresa Spyra. Clique aqui e saiba mais!