terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A faca e o queijo na mão


Um dia pensei que precisava ter a faca e o queijo na mão. E suei para comprar a faca, e depois para comprar o queijo. Daí, fiquei esperando a felicidade, já que estava com a faca e o queijo na mão. E ela não apareceu! Por que será? Nós somos ensinados que nos realizaremos quando conseguirmos coisas: facas, queijos, beijos... A descarga de neurotransmissores que ocorre no ato de conseguir uma coisa é fugaz, apesar de poder ser intensa. Um segundo e, vupt! Foi.

Olhei pra trás para entender o porquê não estar feliz, segurando a faca na mão direita, e o queijo na mão esquerda. Bem, lembrei-me quando estava entregando roupas para a lavanderia do meu amigo Akio e Vânia, hoje recém-divorciados... Suei, alguns poucos meses, para ganhar um trocado a mais. Lembrei-me quando saí de casa com um mostruário de meia-dúzia de cartões de visitas inventados meio na hora pela Theresa, e vibrei quando consegui, no primeiro dia, cinco vendas! Ah, e o dia que pedi, humildezinho, um espaço na loja de sinalização de um amigo, para abrir uma minúscula gráfica rápida. É, o primeiro livro importado que comprei de design gráfico: US$200! Que loucura. Depois, uma loja nossa. O primeiro funcionário. O segundo funcionário! Uma loja maior! Ultrapassando problemas nem sempre com tranqüilidade, mas sempre andando. Até descobrir que o meu grande sonho era trabalhar com desenvolvimento humano! E lá vamos nós, troca tudo, muda tudo!

Sabe, o que vale mesmo é curtir a vida e ir atrás do sonho! A faca e o queijo, báh, joguei no chão! A realização está no caminho, não na chegada.

Nenhum comentário: