segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O que o outro pode fazer por mim?


Quando crianças, nos acostumamos com a ajuda do papai, da mamãe, do tio, da pessoa mais velho, para realizar coisas como: pegar algum coisa numa estante alta, abrir um pote, explicar um jogo, enfim, uma infinidade de coisas. Crescemos um pouquinho, e então vem as religiões, a ética da família, o moralismo e até a mídia dizer que existem atitudes certas, e outras erradas. E falam mais! Pessoas certas são boas para todos! Pessoas ruins não são confiáveis.
E isto não é muito legal para nossa motivação, nem para nossa auto-estima. Sabe por quê? Eu explico: começamos a achar que existem pessoas boas que irão nos ajudar. Ao mesmo tempo, ficamos com medo que pessoas ruins queiram nos prejudicar.
Porém, eu tenho a boa notícia: não é preciso ficar nem confiando, nem desconfiando dos outros! Sabe de uma coisa? A única pessoa que pode fazer algo por você é... você! Todo o resto dos relacionamentos ocorrem na base da troca: eu tenho alguma coisa que o outro quer, e o outro tem algo que eu quero. Pode parecer meio duro, mas é isso mesmo. E não estou falando só no sentido material, de trocar trabalho, serviço, bens, influência e status. A questão é mais funda: buscamos pessoas alegres, porque queremos a bom-humor do outro. Queremos o amor e carinho da pessoa bondosa. Ficamos ao lado dos fortes para sentirmos proteção. Freqüentamos religiões e outros grupos porque elas nos garantem uma vida feliz no futuro, se seguirmos os passos que nos dão.

A grande sacada é sacar isso! Não há nada de errado de viver a vida buscando trocar “coisas” com os outros seres humanos, afinal, é isso que fazemos o tempo todo, seja na sociedade, seja dentro de casa! O que é o casamento, se não um relacionamento de troca de segurança material, física, de sexualidade e de acréscimo pessoal?
Daí você vai me perguntar: e o amor, onde é que fica? E eu respondo: o amor começa a partir da “sacação” de que o comportamento humano não tem nada a ver com amor. O amor se percebe quando deixamos de perceber as atitudes do outro. É muito além desta relação de troca, comum em qualquer sistema social. O amor independe de gestos, de atitudes, de etnia, de grau cultural, de nada. Nadinha!
Ao perceber este amor, a vida começa a valer a pena! Com troca ou sem trocas! Daí, sabe o que acontece? Quem pode fazer algo de verdade ao outro é você! Sem a necessidade de ter nada de volta!
Abraços!

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